Será que as empresas estão comprometidas com a pauta LGBT+ ou sofrendo críticas e boicotes? A discussão sobre diversidade e inclusão ganhou amplo apoio de empresas nos últimos anos e muitas avançaram por conta da agenda ESG. Algumas até criaram setores e núcleos para desenvolverem práticas e inclusão de pessoas LGBT+.
Isso muito se deve à reclamação da associação que organiza a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo em relação aos patrocínios, falta de apoio e o receio das empresas associarem suas marcas ao público da comunidade. Neste ano, a parada contou com o patrocínio de 19 empresas, seis a mais que em 2022.
Mesmo com avanços, especialistas alegam que a maioria das empresas permanece apenas no discurso, com poucas ações efetivas e que, de fato, mudem a realidade da população LGBT no mercado de trabalho. Existem pontos de atenção na agenda da diversidade, ameaças de boicotes, críticas, restrições e obstáculos.
O CEO da Mais Diversidade, Ricardo Sales, disse que recuo das empresas são previsíveis, mas apontam para algo: a consistência. “Eles acabam servindo como situações de diferenciação. Você consegue separar quem de fato está participando de uma discussão de forma consistente ou quem estava ali seguindo uma onda”, afirmou ao comentar sobre o comportamento das empresas neste momento.
Para Angelo Castro, coordenador de Captação e Parcerias da Casa1, colocar o arco-íris já é alguma coisa, mas não pode parar por aí. “É preciso sair de um post, do ambiente virtual e promover algo concreto. O apoio que as empresas dizem dar para a comunidade LGBT ainda não tem sido revertido para a base”, contou.
De acordo com o coordenador, existe uma disparidade enorme e até mesmo a entrada das pessoas trans no mercado de trabalho, por exemplo, é marketing. “Vemos propostas, mas sem uma preparação efetiva para que essas pessoas fiquem na empresa, contribuam, coloquem a sua visão e tenham um plano de carreira”, ressaltou.
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